Anunciado como seguimento do discurso do Presidente Juncker sobre o estado da União de 2017, o documento hoje apresentado faz parte do firme compromisso da UE de cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, incluindo o Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas. Analisando a dimensão dos desafios para a Europa e apresentando cenários ilustrativos para o futuro, o presente documento procura orientar o debate sobre a melhor forma de alcançar estes objetivos e a melhor forma de a União Europeia contribuir até 2030. Com base nos resultados obtidos nos últimos anos, estes cenários sublinham a necessidade de novas medidas para garantir um futuro sustentável no interesse do bem-estar dos cidadãos.
Frans Timmermans, Primeiro Vice-Presidente da Comissão Europeia, afirmou: «O desenvolvimento sustentável começa e termina com as pessoas; trata-se de simultaneamente tornar a nossa economia e sociedade sustentáveis e prósperas. Fazemo-lo para podermos manter o nosso modo de vida e melhorar o bem-estar dos nossos filhos e netos no tocante à igualdade, a um ambiente natural saudável e a uma economia próspera, verde e inclusiva. A nossa tarefa consiste nem mais nem menos do que em proteger o nosso planeta em prol de todas as pessoas. A Europa pode e deve dar o exemplo.»
Jyrki Katainen, Vice-Presidente responsável pelo Emprego, Crescimento, Investimento e Competitividade, declarou: «A sustentabilidade faz parte do ADN da Europa. Trata-se de garantir que as futuras gerações tenham as mesmas ou melhores oportunidades do que nós, respeitando os recursos limitados do nosso planeta. O Plano de Investimento para a Europa contribui para este objetivo associando o setor privado e o Plano de Ação para o Financiamento Sustentável facilita a sua consecução criando um novo mercado para os investimentos sustentáveis. Modernizando as nossas sociedades de forma inclusiva, integrando plenamente a economia circular e aproveitando os benefícios das novas tecnologias, como a inteligência artificial, podemos esforçar-nos por assegurar a neutralidade climática e garantir que o nosso planeta está em melhores condições para os nossos filhos.»
Ao longo dos anos, a UE assumiu uma posição de pioneira em termos de sustentabilidade, aplicando as normas sociais e ambientais mais elevadas e defendendo o Acordo de Paris sobre o Clima e conceitos inovadores como a economia circular. Desde o início do seu mandato a Comissão Juncker integrou nas suas políticas as prioridades de desenvolvimento sustentável.
No entanto, tal como o resto do mundo, a UE enfrenta desafios complexos, em mutação e prementes, em especial no que diz respeito à sua dívida ecológica e às alterações climáticas, às alterações demográficas, à migração, à desigualdade, à convergência económica e social e à pressão sobre as finanças públicas. Além disso, o aumento das tentações de isolacionismo e nacionalismo é sinal de que um número demasiado elevado de europeus não se sentem suficientemente protegidos neste mundo em mutação. Os factos incontestáveis não nos devem inculcar medo, mas inspirar-nos a agir.
O documento de reflexão de hoje centra-se nos fundamentos políticos essenciais da transição para a sustentabilidade, que incluem a transição da economia linear para uma economia circular, a correção dos desequilíbrios do nosso sistema alimentar, a preparação para o futuro da nossa energia, dos edifícios e da mobilidade, bem como a garantia de que esta transição seja justa, não abandonando ninguém nem nenhum sítio. O documento também se concentra nos fatores horizontais, que devem estar na base da transição para a sustentabilidade, incluindo a educação, a ciência, a tecnologia, a investigação, a inovação e a digitalização; finanças, fixação de preços, fiscalidade e concorrência; comportamento responsável das empresas, responsabilidade social das empresas e novos modelos empresariais; um comércio aberto e baseado em regras; governação e coerência das políticas a todos os níveis. O documento de reflexão termina salientando a importância de desbravar caminho para a transição para a sustentabilidade a nível mundial, uma vez que as nossas políticas terão um impacto limitado no planeta se os outros prosseguirem políticas opostas.
O documento apresenta três cenários para estimular o debate sobre a forma de dar seguimento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na UE. Estes cenários são ilustrativos: têm por objetivo propor ideias diferentes e estimular o debate e a reflexão. O resultado final será provavelmente uma combinação de determinados elementos de cada um. Os três cenários são os seguintes:
- Definição de uma estratégia global da UE quanto aos ODS que oriente as intervenções da UE e dos Estados-Membros;
- A Comissão procede à integração contínua dos ODS em todas as políticas pertinentes da UE, mas sem efeitos vinculativos para a ação dos Estados-Membros:
- Colocar mais ênfase na ação externa, consolidando, simultaneamente, a ambição da UE em termos de sustentabilidade:
Contexto
Em 25 de setembro de 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou um conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para erradicar a pobreza, proteger o planeta e assegurar a prosperidade de todos como parte de uma nova agenda de desenvolvimento sustentável, a «Agenda 2030». Cada um dos 17 objetivos tem metas específicas (169 metas no total) a atingir até 2030. A UE foi uma das principais forças detrás da adoção da Agenda 2030 e dos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Em 22 de novembro de 2016, a Comissão adotou uma comunicação sobre as «Próximas etapas para um futuro europeu sustentável», em resposta à Agenda 2030. A comunicação apresentou uma imagem do que a UE já está a fazer para contribuir para a Agenda 2030, destacando as principais políticas da UE para cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Explicou também a forma como as 10 prioridades da atual Comissão para o período de 2014-2019 contribuem para a agenda 2030 a nível global. A comunicação anunciou igualmente o lançamento de uma plataforma multilateral de alto nível, presidida pelo Primeiro Vice-Presidente Timmermans, com um importante papel no acompanhamento e no intercâmbio de boas práticas no âmbito da concreztização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Em 13 de setembro de 2017, o Presidente, na carta de intenções que acompanhava o seu discurso sobre o estado da União, anunciou um documento de reflexão intitulado «Para uma Europa sustentável até 2030», sobre o seguimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, incluindo o Acordo de Paris sobre as Alterações Climáticas.
O documento de reflexão hoje apresentado vem acompanhado por um conjunto pormenorizado de anexos nos quais se analisam os resultados e as medidas recentemente tomadas pela UE em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O contributo da plataforma multilateral de alto nível da UE também figura em anexo.
Para mais informações:
Ficha informativa: Rumo a uma Europa sustentável até 2030
Documento de reflexão: Rumo a uma Europa sustentável até 2030